quinta-feira, 17 de março de 2011

Disse eu e disse muito bem

Hoje, na minha página no Facebook.

1. Pensais vós, ó gentes, que o engº Sócrates tenderá a desaparecer politicamente, depois das próximas eleições, se perder? Pois estais muito enganadas, ó gentes. O engº Sócrates vai andar entre nós até ao resto dos nossos dias. Rejubilai!

2. O papel importante do Presidente da República é DEPOIS das eleições. Agora só terá de lidar com factos consumados: todos querem eleições. DEPOIS, se Sócrates perder, tentará tudo para que haja um bloco central (talvez com o CDS). Com uma nova liderança, o PS hesitará. Mas o coro pró-aliança com o PSD tenderá a engrossar. É isso ou ser oposição. Partilhar o "pote" ou não partilhar; ter emprego ou não. Os "boys" são o que são.

3.Vai começar (ou já começou) a semana mais difícil da vida política de Pedro Passos Coelho. Ou aguenta ou morre. Para já parece que aguenta.

domingo, 13 de março de 2011

No conforto do seu posto de observação na Marmeleira, Pacheco Pereira usou, para comentar a manifestação dos "à rasca" - a maior manifestação não sindical e não partidária vista em Portugal desde o 25 de Abril -, o seu truque habitual sempre que a realidade não lhe convém: não comenta os factos; comenta o jornalismo sobre os factos. JPP deveria reponderar prioridades: ver menos TV. E trabalhar mais. Aguardo há anos pelo IV volume da biografia de Álvaro Cunhal. Até o seu amigo José Manuel Fernandes já parece ter percebido que o seu prazo de validade como comentador caducou.

Passe de muleta

É tão lindo vermos a inteligência em funcionamento. A sério, sem ironia: gosto mesmo muito (quase me comove). Estava o dr. Passos todo contente com o seu habitual número do "agarrem-me senão mato-o" (ao engº Sócrates), agora com o PEC 4, e veio o dr. Portas e zuca! obrigou o dr. Passos a ter mesmo de o votar na AR, quer queira quer não queira (e notoriamente não queria). Temos eleições em Junho. Boa noite e boa sorte.

quinta-feira, 10 de março de 2011

A posse - duas notas

1. O que Cavaco Silva ontem fez no seu discurso de tomada de posse foi pormenorizar o seu programa de Governo. Portanto, é no mínimo precipitada a imensa alegria dos sociais-democratas com o discurso do PR. Na verdade ele quer o que sempre quis: governar. E seja lá quem for o primeiro-ministro, Sócrates ou Passos. Se quiser ir a algum lado o PSD tem de salvaguardar como muito preciosa a sua autonomia estratégica face ao PR.Não é o mais importante - mas é importante.

2. O ciclo mudou. Cavaco Silva, liberto dos "ditames da reeleição" (expressão de Jaime Gama no seu discurso), assume a sua verdadeira intenção: dar ao Governo as suas "linhas de orientação", ou, numa palavra, governar. Tendo portanto a estar de acordo com a ideia do mandato único para o PR. Convém alguma constância na interpretação presidencial dos seus poderes e não uma interpretação de geometria variável, conforme as suas ambições eleitorais.

PS. Duas notinhas publicadas também aqui.